Devido a demanda de trabalho, muitas empresas não tem possibilidade de disponibilizar um colaborador para se dedicar somente a implantação da certificação na portaria 79 e/ou portaria 52, de investir em treinamentos para este colaborador compreender e estudar os requisitos que serão implantados.
E mesmo que o colaborador tenha feito algum curso, muitas dúvidas surgem na prática, no momento da implantação e na busca pela certificação.
As empresas tem levado não conformidades desnecessárias nas auditorias por não compreenderem o que significa cada requisito ou porque acabam criando muitos formulários, um para cada tipo de atividade.
Sendo assim no dia a dia de trabalho não conseguem registrar todas as informações porque perdem mais tempo ao em vez de efetivamente estarem trabalhando na visão deles.
É a partir daí que surge aquela mentalidade de que trabalhar com a norma é difícil, que não tem tempo para lidar com a qualidade e as empresas só olham para o sistema da qualidade próximo do período da auditoria, trazendo como consequência o acumulo de serviço porque ao invés de incluir as atividades do sistema de gestão em sua rotina, deixam tudo para última hora.
Percebe-se que é importante ter uma visão sistêmica e implantar somente o que for necessário, sempre considerando o que for mais adequado para a organização.
Assim é possível ter um sistema de gestão eficiente e prático.
Mas como saber “somente o que é necessário”?
Tenho acompanhado muitos fabricantes e percebido os principais desafios que eles enfrentam na implementação de um sistema de gestão e até mesmo para mantê-lo após a certificação.
Já passou o tempo em que ter muitos documentos e formulários era sinônimo de qualidade.
Agora o foco é praticidade, manter a documentação necessária e que faça sentido para a empresa em tê-la.
Pensando assim, quando implementamos um sistema de Gestão temos que avaliar pelo menos três aspectos: tamanho da organização, engajamento dos colaboradores e disponibilidade de tempo para dedicação aos requisitos a serem implantados.
Vamos ver o que significa cada um deles?
Tamanho da Organização:
Sim, devemos levar em consideração a quantidade de colaboradores, quem será a equipe que coordenará a implantação e quem serão os envolvidos.
Pois com essas informações é possível ter uma visão clara e objetiva sobre qual metodologia se adaptará melhor à empresa.
Engajamento dos colaboradores:
É praticamente impossível implantar um sistema de gestão da qualidade eficiente dentro da organização sem que todos os envolvidos estejam engajados.
Todos os colaboradores, independentemente da área em que atuam, são responsáveis por alguma parte do processo que contribui para a qualidade final do produto.
Por isso é importante exercitar a auto responsabilidade, para em conjunto, terem como objetivo a melhoria contínua da organização.
Tempo para a implantação:
A equipe deve ter disponibilidade para se dedicar a implantação dos requisitos.
Pois ela terá que aprofundar o conhecimento nas portarias em questão, e nos requisitos de ISO 9001 que são solicitados por elas.
Eu sempre parto do princípio que não se deve criar registros e documentos apenas para “auditor ver”.
Os documentos tem que agregar valor à organização e fazer sentido, caso contrário, o sistema de gestão não será absorvido pela empresa, será lembrado apenas próximo das auditorias.
Reforço também que para trabalhar com qualidade dentro da empresa é necessário que se tenha sempre um olhar aberto para mudanças.
Pois para atender um requisito geralmente é necessário mudar alguma sistemática de trabalho, modificar algum documento para incluir alguma informação importante e assim por diante.
Você pode estar lendo este artigo agora sobre a os 3 aspectos importantes para a certificação.
E pensando como é difícil mudar as pessoas, fazerem elas mudarem suas rotinas para cumprir o atendimento às normas e assim obter a tão sonhada certificação.
Mas você Já ouviu falar na frase “Tudo muda quando a gente muda”? – Paulo Vieira.
Trabalhar com qualidade exige que estejamos dispostos as fazer as mudanças necessárias para atingir a excelência em nosso processo e produto.
Só que antes de apontar a mudança que deve ser feita, é necessário aprendermos a mudar a nós mesmos.
Acompanho muitos casos, em que os colaboradores tem resistência às mudanças propostas pois pensam que os procedimentos e instruções de trabalho só atrapalham o dia a dia deles.
Mas aos poucos, eles começam a ver o lado bom da certificação e que está facilitando seu processo, e o trabalho começa a fluir.
Talvez você também pense que é muito complicado implantar uma portaria, a certificação da sua empresa, ou até mesmo trabalhar a norma em sua empresa.
Muitas vezes você acha que é difícil fazer as mudanças necessárias para atender aos requisitos da certificação.
Mas lembre-se que: “Tudo muda quando a gente muda.”
Comece a mudança por você: pense diferente, aja diferente e tenho certeza que aos poucos, seus colegas de trabalho também começarão a ver o sistema de gestão com um olhar diferente, verão que realmente vale a pena!